Biografia
Nascido no interior do
Ceará, era filho de Joaquim Romão Batista e Joaquina Vicência Romana, conhecida como dona Quinô. Aos seis anos de idade, começou a estudar com o professor Rufino de Alcântara Montezuma.
Um fato importante marcou a sua infância: o voto de castidade, feito aos doze anos, influenciado pela leitura da vida de
São Francisco de Sales[3].
Em
1860, foi matriculado no Colégio do renomado Padre
Inácio de Sousa Rolim, em
Cajazeiras na
Paraíba. Aí pouco demorou, pois, a inesperada morte de seu pai, vítima de
cólera, em
1862, o obrigou a interromper os estudos e voltar para junto da mãe e das irmãs solteiras. A morte do pai, que era pequeno comerciante no Crato, trouxe sérias dificuldades financeiras à família, de tal sorte que, mais tarde, em
1865, quando Cícero Romão Batista precisou ingressar no
Seminário da Prainha, em
Fortaleza, só o fez graças à ajuda de seu padrinho de crisma, o coronel Antônio Luís Alves Pequeno
[3].
Ordenação
Durante período em que esteve no seminário, Cícero era considerado um aluno mediano e, apesar de anos depois arrebatar multidões com seus sermões, apresentou notas baixas nas disciplinas relacionadas à oratória e eloquência
[4].
Padre Cícero foi ordenado no dia
30 de novembro de
1870. Após sua ordenação retornou a Crato e, enquanto o bispo não lhe dava
paróquia para administrar, ficou a ensinar
latim no Colégio Padre Ibiapina, fundado e dirigido pelo
professor José Joaquim Teles Marrocos, seu primo e grande amigo.
Chegada a Tabuleiro Grande
No Natal de
1871, convidado pelo professor Simeão Correia de Macedo, Padre Cícero visitou pela primeira vez o povoado de Juazeiro (numa fazenda localizada na povoação de Juazeiro, que pertencia a cidade de Crato), e ali celebrou a tradicional
missa do galo.
O padre visitante, de 28 anos de idade, estatura baixa, pele branca, cabelos louros, penetrantes olhos azuis e voz modulada, impressionou os habitantes do lugar. E a recíproca foi verdadeira. Por isso, decorridos alguns meses, exatamente no dia 11 de abril de 1872, lá estava de volta, com bagagem e família, para fixar residência definitiva no Juazeiro.
Muitos livros afirmam que Padre Cícero resolveu fixar morada em Juazeiro devido a um sonho (ou visão) que teve, segundo o qual, certa vez, ao anoitecer de um dia exaustivo, após ter passado horas a fio a confessar as pessoas do arraial, ele procurou descansar no quarto contíguo à sala de aulas da escolinha, onde improvisaram seu alojamento, quando caiu no sono e a visão que mudaria seu destino se revelou. Ele viu, conforme relatou aos amigos íntimos,
Jesus Cristo e os
doze apóstolos sentados à mesa, numa disposição que lembra a
última Ceia, de
Leonardo da Vinci. De repente, adentra ao local uma multidão de pessoas carregando seus parcos pertences em pequenas trouxas, a exemplo dos retirantes nordestinos. Cristo, virando-se para os famintos, falou da sua decepção com a humanidade, mas disse estar disposto ainda a fazer um último sacrifício para salvar o mundo. Porém, se os homens não se arrependessem depressa, Ele acabaria com tudo de uma vez. Naquele momento, Ele apontou para os pobres e, voltando-se inesperadamente ordenou: -
E você, Padre Cícero, tome conta deles!
Apostolado
Uma vez instalado, formado por um pequeno aglomerado de casas de taipa e uma capelinha erigida pelo primeiro capelão padre Pedro Ribeiro de Carvalho, em honra a
Nossa Senhora das Dores, padroeira do lugar, ele tratou inicialmente de melhorar o aspecto da capelinha, adquirindo várias imagens com as esmolas dadas pelos fiéis.
Depois, tocado pelo ardente desejo de conquistar o povo que lhe fora confiado por Deus, desenvolveu intenso trabalho pastoral com pregação, conselhos e visitas domiciliares, como nunca se tinha visto na região. Dessa maneira, rapidamente ganhou a simpatia dos habitantes, passando a exercer grande liderança na comunidade.
Paralelamente, agindo com muita austeridade, cuidou de moralizar os costumes da população, acabando pessoalmente com os excessos de bebedeira e com a prostituição.
Restaurada a harmonia, o povoado experimentou, então, os passos de crescimento, atraindo gente da vizinhança curiosa por conhecer o novo capelão.
Para auxiliá-lo no trabalho pastoral, Padre Cícero resolveu, a exemplo do que fizera
Padre Ibiapina, famoso missionário
nordestino, falecido em 1883, recrutar mulheres solteiras e viúvas para a organização de uma
irmandade leiga, formada por beatas, sob sua inteira autoridade.
Atuou sempre com zelo na recepção dos imigrantes, dentre eles pode-se destacar
José Lourenço Gomes da Silva, líder do
Caldeirão de Santa Cruz do Deserto.
Suposto milagre
No ano de 1889, durante uma missa celebrada pelo padre Cícero, a
hóstia ministrada pelo sacerdote à beata
Maria de Araújo se transformou em sangue na boca da religiosa. Segundo relatos, tal fenômeno se repetiu diversas vezes durante cerca de dois anos. Rapidamente espalhou-se a notícia de que acontecera um milagre em Juazeiro.
A pedido de padre Cícero a diocese formou uma comissão de padres e profissionais da área da saúde para investigar o suposto milagre. A comissão tinha como presidente o padre Climério da Costa e como secretário o padre Francisco Ferreira Antero, contava, ainda, com a participação dos médicos Marcos Rodrigues Madeira e Ildefonso Correia Lima, além do farmacêutico Joaquim Secundo Chaves. Em 13 de outubro de 1891, a comissão encerrou as pesquisas e chegou à conclusão de que não havia explicação natural para os fatos ocorridos, sendo portanto um milagre.
Insatisfeito com o parecer da comissão, o bispo Dom Joaquim José Vieira nomeou uma nova comissão para investigar o caso, tendo como presidente o padre Alexandrino de Alencar e como secretário o padre Manoel Cândido. A segunda comissão concluiu que não houve milagre, mas sim um
embuste.
Dom Joaquim se posicionou favorável ao segundo parecer e, com base nele, suspendeu as ordens sacerdotais de padre Cícero e determinou que Maria de Araújo fosse enclausurada.
Em 1898, padre Cícero foi a
Roma, onde se reuniu com o
Papa Leão XIII e com membros da Congregação do Santo Ofício, conseguindo sua absolvição. No entanto, ao retornar a Juazeiro, a decisão do
Vaticano foi revista e padre Cícero chegou a ser excomungado, porém, estudos realizados décadas depois pelo bispo
Dom Fernando Panico sugerem que a
excomunhão não chegou a ser aplicada de fato. Atualmente, Dom Fernando conduz o processo de reabilitação do padre Cícero junto ao Vaticano.
Em 1977 foi canonizado pela
Igreja Católica Apostólica Brasileira (diferente da Igreja Catolica Apostolica Romana).
Política
Era filiado ao extinto
Partido Republicano Conservador (PRC). Foi o primeiro prefeito de Juazeiro do Norte, em
1911, quando o povoado foi elevado a
cidade. Em
1926 foi eleito
deputado federal, porém não chegou a assumir o cargo
[1].
Em 4 de outubro de 1911, Padre Cícero e outros dezesseis líderes políticos da região se reuniram em Juazeiro e firmaram um acordo de cooperação mútua bem como o comprimisso de apoiar o governador
Antônio Pinto Nogueira Accioli. O encontro recebeu a alcunha de
Pacto dos Coronéis, sendo apontado como uma importante passagem na história do
coronelismo brasileiro
[5]
Em 1913 foi destituído do cargo pelo governador
Marcos Franco Rabelo, voltando ao poder, em 1914, quando Franco Rabelo foi deposto no evento que ficou conhecido como
Sedição de Juazeiro. Foi eleito, ainda, vice-governador do Ceará.
No final da década de 1920, o Padre Cícero começou a perder a sua força política, que praticamente acabou depois da
Revolução de 1930. Seu prestígio como
santo milagreiro, porém, aumentaria cada vez mais.
[6]
Ligação com o cangaço
Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, era devoto de padre Cícero e respeitava as suas crenças e conselhos. Os dois se encontraram uma única vez, em Juazeiro do Norte, no ano de 1926. Naquele ano, a
Coluna Prestes, liderada por
Luís Carlos Prestes, percorria o interior do Brasil desafiando o Governo Federal. Para combatê-la foram criados os chamados
Batalhões Patrióticos, comandados por líderes regionais que muitas vezes arregimentavam cangaceiros.
Existem duas versões para o encontro. Na primeira, difundida por Billy Jaynes Chandler, o sacerdote teria convocado Lampião para se juntar ao Batalhão Patriótico de Juazeiro, recebendo, em troca anistia de seus crimes e a patente de Capitão
[7]. Na outra versão, defendida por
Lira Neto e Anildomá Willians, o convite teria sido feito por Floro Bartolomeu sem que padre Cícero soubesse.
O certo é que ao chegarem em Juazeiro, Lampião e os quarenta e nove cangaceiros que o acompanhavam, ouviram padre Cícero aconselhá-los a abandonar o cangaço. Como Lampião exigia receber a patente que lhe fora prometida, Pedro de Albuquerque Uchoa, único funcionário público federal no município, escreveu em uma folha de papel que Lampião seria, a partir daquele momento, Capitão e receberia anistia por seus crimes. O bando deixou Juazeiro sem enfrentar a Coluna Prestes.
Biografia
Nascido no interior do
Ceará, era filho de Joaquim Romão Batista e Joaquina Vicência Romana, conhecida como dona Quinô. Aos seis anos de idade, começou a estudar com o professor Rufino de Alcântara Montezuma.
Um fato importante marcou a sua infância: o voto de castidade, feito aos doze anos, influenciado pela leitura da vida de
São Francisco de Sales[3].
Em
1860, foi matriculado no Colégio do renomado Padre
Inácio de Sousa Rolim, em
Cajazeiras na
Paraíba. Aí pouco demorou, pois, a inesperada morte de seu pai, vítima de
cólera, em
1862, o obrigou a interromper os estudos e voltar para junto da mãe e das irmãs solteiras. A morte do pai, que era pequeno comerciante no Crato, trouxe sérias dificuldades financeiras à família, de tal sorte que, mais tarde, em
1865, quando Cícero Romão Batista precisou ingressar no
Seminário da Prainha, em
Fortaleza, só o fez graças à ajuda de seu padrinho de crisma, o coronel Antônio Luís Alves Pequeno
[3].
Durante o período em que esteve no seminário, Cícero era considerado um aluno mediano e, apesar de anos depois arrebatar multidões com seus sermões, apresentou notas baixas nas disciplinas relacionadas à oratória e eloquência
[4].
Padre Cícero foi ordenado no dia
30 de novembro de
1870. Após sua ordenação retornou a Crato e, enquanto o bispo não lhe dava
paróquia para administrar, ficou a ensinar
latim no Colégio Padre Ibiapina, fundado e dirigido pelo
professor José Joaquim Teles Marrocos, seu primo e grande amigo.
[editar] Chegada a Tabuleiro Grande
No Natal de
1871, convidado pelo professor Simeão Correia de Macedo, Padre Cícero visitou pela primeira vez o povoado de Juazeiro (numa fazenda localizada na povoação de Juazeiro, que pertencia a cidade de Crato), e ali celebrou a tradicional
missa do galo.
O padre visitante, de 28 anos de idade, estatura baixa, pele branca, cabelos louros, penetrantes olhos azuis e voz modulada, impressionou os habitantes do lugar. E a recíproca foi verdadeira. Por isso, decorridos alguns meses, exatamente no dia 11 de abril de 1872, lá estava de volta, com bagagem e família, para fixar residência definitiva no Juazeiro.
Muitos livros afirmam que Padre Cícero resolveu fixar morada em Juazeiro devido a um sonho (ou visão) que teve, segundo o qual, certa vez, ao anoitecer de um dia exaustivo, após ter passado horas a fio a confessar as pessoas do arraial, ele procurou descansar no quarto contíguo à sala de aulas da escolinha, onde improvisaram seu alojamento, quando caiu no sono e a visão que mudaria seu destino se revelou. Ele viu, conforme relatou aos amigos íntimos,
Jesus Cristo e os
doze apóstolos sentados à mesa, numa disposição que lembra a
última Ceia, de
Leonardo da Vinci. De repente, adentra ao local uma multidão de pessoas carregando seus parcos pertences em pequenas trouxas, a exemplo dos retirantes nordestinos. Cristo, virando-se para os famintos, falou da sua decepção com a humanidade, mas disse estar disposto ainda a fazer um último sacrifício para salvar o mundo. Porém, se os homens não se arrependessem depressa, Ele acabaria com tudo de uma vez. Naquele momento, Ele apontou para os pobres e, voltando-se inesperadamente ordenou: -
E você, Padre Cícero, tome conta deles!
Apostolado
Uma vez instalado, formado por um pequeno aglomerado de casas de taipa e uma capelinha erigida pelo primeiro capelão padre Pedro Ribeiro de Carvalho, em honra a
Nossa Senhora das Dores, padroeira do lugar, ele tratou inicialmente de melhorar o aspecto da capelinha, adquirindo várias imagens com as esmolas dadas pelos fiéis.
Depois, tocado pelo ardente desejo de conquistar o povo que lhe fora confiado por Deus, desenvolveu intenso trabalho pastoral com pregação, conselhos e visitas domiciliares, como nunca se tinha visto na região. Dessa maneira, rapidamente ganhou a simpatia dos habitantes, passando a exercer grande liderança na comunidade.
Paralelamente, agindo com muita austeridade, cuidou de moralizar os costumes da população, acabando pessoalmente com os excessos de bebedeira e com a prostituição.
Restaurada a harmonia, o povoado experimentou, então, os passos de crescimento, atraindo gente da vizinhança curiosa por conhecer o novo capelão.
Para auxiliá-lo no trabalho pastoral, Padre Cícero resolveu, a exemplo do que fizera
Padre Ibiapina, famoso missionário
nordestino, falecido em 1883, recrutar mulheres solteiras e viúvas para a organização de uma
irmandade leiga, formada por beatas, sob sua inteira autoridade.
Atuou sempre com zelo na recepção dos imigrantes, dentre eles pode-se destacar
José Lourenço Gomes da Silva, líder do
Caldeirão de Santa Cruz do Deserto.
[editar] Suposto milagre
No ano de 1889, durante uma missa celebrada pelo padre Cícero, a
hóstia ministrada pelo sacerdote à beata
Maria de Araújo se transformou em sangue na boca da religiosa. Segundo relatos, tal fenômeno se repetiu diversas vezes durante cerca de dois anos. Rapidamente espalhou-se a notícia de que acontecera um milagre em Juazeiro.
A pedido de padre Cícero a diocese formou uma comissão de padres e profissionais da área da saúde para investigar o suposto milagre. A comissão tinha como presidente o padre Climério da Costa e como secretário o padre Francisco Ferreira Antero, contava, ainda, com a participação dos médicos Marcos Rodrigues Madeira e Ildefonso Correia Lima, além do farmacêutico Joaquim Secundo Chaves. Em 13 de outubro de 1891, a comissão encerrou as pesquisas e chegou à conclusão de que não havia explicação natural para os fatos ocorridos, sendo portanto um milagre.
Insatisfeito com o parecer da comissão, o bispo Dom Joaquim José Vieira nomeou uma nova comissão para investigar o caso, tendo como presidente o padre Alexandrino de Alencar e como secretário o padre Manoel Cândido. A segunda comissão concluiu que não houve milagre, mas sim um
embuste.
Dom Joaquim se posicionou favorável ao segundo parecer e, com base nele, suspendeu as ordens sacerdotais de padre Cícero e determinou que Maria de Araújo fosse enclausurada.
Em 1898, padre Cícero foi a
Roma, onde se reuniu com o
Papa Leão XIII e com membros da Congregação do Santo Ofício, conseguindo sua absolvição. No entanto, ao retornar a Juazeiro, a decisão do
Vaticano foi revista e padre Cícero chegou a ser excomungado, porém, estudos realizados décadas depois pelo bispo
Dom Fernando Panico sugerem que a
excomunhão não chegou a ser aplicada de fato. Atualmente, Dom Fernando conduz o processo de reabilitação do padre Cícero junto ao Vaticano.
Em 1977 foi canonizado pela
Igreja Católica Apostólica Brasileira (diferente da Igreja Catolica Apostolica Romana).
Era filiado ao extinto
Partido Republicano Conservador (PRC). Foi o primeiro prefeito de Juazeiro do Norte, em
1911, quando o povoado foi elevado a
cidade. Em
1926 foi eleito
deputado federal, porém não chegou a assumir o cargo
[1].
Em 4 de outubro de 1911, Padre Cícero e outros dezesseis líderes políticos da região se reuniram em Juazeiro e firmaram um acordo de cooperação mútua bem como o comprimisso de apoiar o governador
Antônio Pinto Nogueira Accioli. O encontro recebeu a alcunha de
Pacto dos Coronéis, sendo apontado como uma importante passagem na história do
coronelismo brasileiro
[5]
Em 1913 foi destituído do cargo pelo governador
Marcos Franco Rabelo, voltando ao poder, em 1914, quando Franco Rabelo foi deposto no evento que ficou conhecido como
Sedição de Juazeiro. Foi eleito, ainda, vice-governador do Ceará.
No final da década de 1920, o Padre Cícero começou a perder a sua força política, que praticamente acabou depois da
Revolução de 1930. Seu prestígio como
santo milagreiro, porém, aumentaria cada vez mais.
[6]
[editar] Ligação com o cangaço
Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, era devoto de padre Cícero e respeitava as suas crenças e conselhos. Os dois se encontraram uma única vez, em Juazeiro do Norte, no ano de 1926. Naquele ano, a
Coluna Prestes, liderada por
Luís Carlos Prestes, percorria o interior do Brasil desafiando o Governo Federal. Para combatê-la foram criados os chamados
Batalhões Patrióticos, comandados por líderes regionais que muitas vezes arregimentavam cangaceiros.
Existem duas versões para o encontro. Na primeira, difundida por Billy Jaynes Chandler, o sacerdote teria convocado Lampião para se juntar ao Batalhão Patriótico de Juazeiro, recebendo, em troca anistia de seus crimes e a patente de Capitão
[7]. Na outra versão, defendida por
Lira Neto e Anildomá Willians, o convite teria sido feito por Floro Bartolomeu sem que padre Cícero soubesse.
O certo é que ao chegarem em Juazeiro, Lampião e os quarenta e nove cangaceiros que o acompanhavam, ouviram padre Cícero aconselhá-los a abandonar o cangaço. Como Lampião exigia receber a patente que lhe fora prometida, Pedro de Albuquerque Uchoa, único funcionário público federal no município, escreveu em uma folha de papel que Lampião seria, a partir daquele momento, Capitão e receberia anistia por seus crimes. O bando deixou Juazeiro sem enfrentar a Coluna Prestes.